sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

As Vantagens do calçamento de paralelepípedos

 


 Existem vários exemplos de estradas, ruas, praças e pátios construídas há milênios com paralelepípedo e que ainda hoje servem a população, de forma eficiente e barata. Esses pavimentos de paralelepípedo resistiram aos séculos. São o testemunho de uma prática ecológica e eficiente de se urbanizar as cidades e garantir o bem estar dos moradores.
Há uma infinidade de cidades milenares com pavimentações de paralelepípedo, que são preservadas na atualidade. Veja algumas onde os pavimentos com mais de 1000 anos de idade encontram-se em perfeito estado e parecem ter sido feitos recentemente, como é o caso de:
Capela Sistina em Roma de 1508 a 1512, o calçamento foi feito 20 anos depois
Coliseu em Roma concluído no ano 37, sem registro do ano do calçamento
Praça vermelha em Moscou pavimento em pedra feito provavelmente há 1200 anos
Avenida Damrak centro de Amisterdan pavimento com mais 350 anos
Arco do Triunfo Paris, calçamento com mais de 700 anos
Lisboa - Portugal, pavimento com mais de 500 anos em perfeito estado de conservação
Ladeiras da cidade de Ouro Preto, calçamento feito por volta do ano de 1720
Praça em Ouro Preto, calçamento tombado no centro histórico
A Pavimentação das RuasNo caso da execução das obras de infra-estrutura, ou possíveis reparos nas já existentes sob os pavimentos, é necessário a remoção do mesmo e após a conclusão das obras, é preciso fazer a recuperação do pavimento, buscando ao máximo o estado original do mesmo. No caso dos pavimentos construídos com paralelepípedo ou bloquete, quando removidos, a recuperação, se bem executada não deixa perceber que houve qualquer interferência no pavimento original. O mesmo já não acontece com o asfalto, uma vez aberto, o pavimento fica com uma cicatriz para sempre, a não ser que se remova o restante do pavimento e refaça tudo novamente, opção que se torna inviável, devido aos altos custos para sua execução.
 Impermeabilização do solo
Todos os calçamentos dos tipos paralelepípedo e bloque-te, sem rejuntamento de argamassa são considerados pavimentos ecologicamente corretos, permitindo a infiltração da água da chuva. As vantagens desta infiltração vão desde a recarga do lençol freático, à diminuição da vazão escoada para os mananciais, o que diminui os riscos de enchentes
Calor
O asfalto, embora sendo uma camada fina, tem o poder de absorver calor durante o período de insolação. Este calor absorvido é liberado para o meio, o qual pode ser sentido ao andar pelas ruas asfaltadas. A temperatura é tanto que podemos sentir a liberação do calor nos pés, após andarmos por algum tempo sobre um pavimento de asfalto, depois de um dia ensolarado. O aquecimento é tão grande, que o pavimento asfáltico chega a derreter e até enrugar, nos pontos onde o transito é pesado e intenso.
O pavimento de asfalto ainda continua irradiando calor por um bom tempo após o sol se pôr o que provoca um maior aquecimento das paredes externas das casas, que consequentemente, acaba liberando parte deste calor para o interior das residências, causando um desconforto térmico muito grande. Segundo estudos, o aumento da temperatura é de até 3º C, mas com sensação térmica de 5º C.
No calçamento de paralelepípedo o comportamento é totalmente diferente, uma vez que este tipo de pavimento, por características geológicas, absorve menos calor. Este comportamento se deve, além das características da rocha, a espessura do calçamento em contato com a base (solo) facilita a dispersão do calor absorvido, não irradiando o calor por muito tempo depois do período de insolação, deixando a temperatura mais amena e tornando o clima mais agradável.
Vegetação existente entre as pedras
Outra grande vantagem dos pavimentos de bloquete ou paralelepípedo, é que depois de algum tempo aparecem fungos e gramíneas inseridas entre as juntas, ou seja, nas partes que normalmente são preenchidas com areia.
Estas colônias de vegetais que aí proliferam podem ser imperceptíveis para muitos, mas desempenham funções importantes para o meio ambiente como a absorção de água e nutrientes; retenção de parte dos sólidos carreados pela água de chuva; micro partículas de poluição como é o caso do próprio desgaste do asfalto; borracha do desgaste de pneus e resíduos de lona de freios dos veículos que são altamente tóxicos. O papel exercido por estas vegetações contribui diretamente com a qualidade da água e conseqüentemente da vida aquática. Estas plantas que crescem entre os calçamentos, ajundam ainda, a diminuir a velocidade de escoamento das águas superficiais e contribuem de forma substancial para dissipar o calor recebido pelo calçamento. Além do fato de que estas pequenas plantas realizam fotossíntese capturando o CO2 liberado pelos carros e liberando o O2 para o ambiente. É bom lembrar que elas não prejudicam os aspectos visuais das vias, uma vez que são muito pequenas e as que sobressaem das juntas das pedras, os pneus já fazem a poda com o atrito no calçamento.
Escoamento das águas pluviais
Outro ponto agravante com o asfaltamento das ruas é o aumento da velocidade de escoamento das águas de chuva, uma vez que a camada de asfalto é impermeável, e visivelmente mais regular que o pavimento de paralelepípedo, o que facilita o escoamento da água. Como tem uma vida útil muito pequena em relação aos pavimentos de paralelepípedo, fato já comprovado, pelo desgastes do atrito e de intempéries, ainda temos o aumento da velocidade de escoamento da água de chuva que provoca um desgaste considerável para o pavimento asfáltico
Pequena vida útil do pavimento asfáltico
O pavimento asfáltico tem pequena vida útil quando confrontado com os calçamentos de paralelepípedo.
ConclusãoA vida útil do pavimento asfáltico é com certeza menor que 1/1000 (um milionésimo) da vida dos pavimentos de paralelepípedo.
O pavimento asfáltico provoca um aquecimento considerável, criando bolsões de calor nos perímetros urbanos que deve ser considerado em tempos de aquecimento global.
Todo o material desgastado do pavimento asfáltico, tanto o orgânico como o inorgânico acabam nos cursos d’água, entulhando a calha dos mesmos e provocando poluição e contaminação.
Este mesmo material inorgânico sólido, o pedrisco, a brita e a areia, provocam desgastes nas manilhas do sistema de drenagem pluvial pelo atrito durante o escoamento.
Os pavimentos de paralelepípedos inter-travados e com rejuntamento de areia ou pedrisco, são considerados ecologicamente corretos uma vez que permitem a infiltração da água de chuva recarregando o lençol freático e minimizando os efeitos de enchentes
Os pavimentos de paralelepípedo além de absorver menos calor, propiciam o crescimento de determinadas gramíneas que, além de ajudar a diminuir a temperatura, captam CO2 que é expelido pelos carros, partículas coloidais carregadas de nutrientes que poluem os cursos d’água.
A recuperação dos pavimentos de paralelepípedo fica perfeita quando bem executado.