Há pelo menos 30 anos, o domicílio situado na Rua Barão do Rio Branco, 720, no Centro de Curitiba,
é o local de trabalho do vereador Jairo Marcelino (PSD). Desde que
entrou na Câmara Municipal pela primeira vez como parlamentar, em 1983,
Marcelino emendou mandatos e acompanhou de perto o desenvolvimento do
Legislativo da cidade. No domingo (7), ele obteve o oitavo mandato
consecutivo, com 9.592 votos.
“Cada vez que a gente se elege, fica com mais responsabilidade de
respeitar as pessoas que confiam na gente. A gente vai ficando velho, as
pessoas de antigamente falecem ou não são mais obrigadas a votar e
perdemos esses votos, mas vamos conquistando novos”, afirmou Marcelino
em entrevista ao G1. Se permanecer no cargo até o final
da próxima legislatura, serão 34 anos como vereador da cidade, cargo ao
qual foi alçado após uma trajetória de liderança entre os motoristas de
ônibus, categoria à qual pertencia.
Para ele, o cumprimento dos três pilares fundamentais da política é o
segredo dessa longevidade e da manutenção do eleitorado. “O primeiro é
não prometer; o segundo é não mentir, não fazer propostas de coisas que
nunca vai conseguir fazer; o terceiro, e mais importante de todos, é
honrar os votos recebidos”, especificou o vereador. Para Marcelino, o
contato “corpo a corpo” com o eleitor é essencial, já que ele não possui
veículos de comunicação.
Nestes 30 anos de vida pública, o vereador afirma que a principal
mudança percebida foi a forma como a população encara a política. “A
cada ano que passa o eleitor fica mais politizado. A mídia conseguiu
fazer com que grande parcela dos eleitores procurasse conhecer os
candidatos”, opinou. Para ele, esse estímulo faz com que a cidade se
desenvolva. “Eu espero que um dia todos gostem de politica, para que não
sejam obrigados a ir votar”, desejou.
Questionado sobre a nova leva de vereadores que assumirão o mandato
pela primeira vez em 2013, Marcelino aproveitou para dar dicas aos novos
parlamentares. “Não conheço os vereadores que se elegeram, mas eles
devem já neste momento começar a ler o Regimento Interno, a Lei Orgânica
do município. Não é chegar à Câmara usando bermuda”, enfatizou.
Sobre o futuro, Marcelino prefere não estabelecer uma previsão de
aposentadoria, preferindo delegar esta decisão a outros fatores. “Só
Deus pode dizer o que eu vou fazer. Eu quero, até o último dia da minha
vida, continuar a trabalhar pela minha cidade, honrando os votos que
recebo”, finalizou.
Dos atuais vereadores, Marcelino é o que está há mais tempo na Casa.
Com as reeleições confirmadas também no domingo, Aldemir Manfron (PP),
Paulo Salamuni (PV) e Tito Zeglin (PDT) seguem pouco atrás dele, todos
indo para o sétimo mandato.